2025-setembro, 07 a 13
Fomos convidados por Pedro Eing para integrarmos esse grupo. Pedro convidou todos os participantes da caminhada de abril de 2024 além de outros conhecidos seus. Infelizmente nem todos os participantes do ano anterior puderam participar.
Neste ano de 2025 o grupo foi formado por:
- Pedro Eing - Organização e apoio
- Maurício Abromowicz
- Cleber Laurindo
- Dilmar Kreuch
- Elio Becker
- Irineu Roling
- Janaina Ferreira
- Marcelo Fernando Raulino
- Clarice Xavier Berka
- Maurício Berka
A rota escolhida por Seu Pedro foi a Rota Lourdes (sentido Leste), acrescida do ramal Padre Léo (São João Batista).
Para nós foi uma ótima escolha, visto que em outubro de 2023 a Clarice e eu havíamos percorrido o trajeto circular, fazendo a Rota Paulina (sentido Leste) e a Rota Lourdes (sentido Oeste), em abril de 2024 havíamos percorrido a Rota Paulina (sentido Oeste) e agora, com essa nova caminhada conseguimos percorrer os quatro trajetos possíveis, ou seja os dois trajetos em ambos os sentidos.
Soubemos que a Associação Caminho do Louvor está estudando a ampliação das opções de rotas para o Caminho, dentre elas transformar o ramal Padre Léo em nova rota, seguindo dali por Major Gercino, Pinheiral, Boiteuxburgo e indo ao encontro da rota Paulina por Leoberto Leal. Esta é uma rota que ansiamos em fazer.
Dado a dificuldade de transporte de passageiros partindo de Ituporanga para São José, optamos por deixar o carro no pátio do Instituto Padre Léo e irmos para Ituporanga de Uber, o que fizemos compartilhando o traslado com o Marcelo e Janaína, que estavam vindo do Paraná e teriam o mesmo problema. Tiago (primeiro na foto abaixo conosco) do Instituto Padre Léo foi muito atencioso conosco em viabilizar essa alternativa, nos recebendo muito bem quando fomos deixar os carros.
Primeiro dia - 07/07/2025 - Domingo
Ituporanga (Complexo Religioso N.S. Lourdes) até Ituporanga, Rio Areias (Acolhida Beija-Flôr)
Após o café da manhã no hotel seguimos para a Igreja Matriz, Paróquia de Santo Estevão, onde participamos da missa e ao final da celebração recebemos a Bênção de Envio com Frei Marcelo.
Depois passamos no hotel para os últimos ajustes e seguimos para o Complexo Religioso Nossa Senhora de Lourdes onde nos encontraríamos com parte do grupo e aguardaríamos os que participaram do desfile cívico e dali sairíamos em caminhada.
Ali revemos os amigos da caminhada de abril do ano anterior e conhecemos os novos integrantes do grupo. Eduardo e Talita, da Associação Caminho do Louvor, que também estavam na missa, compareceram lá para nos apoiarem na partida que se deu logo após às onze horas.
Pela manhã caminhamos sem chuvas porém com o tempo nublado.
Seu Pedro dava o apoio com o carro parando em alguns pontos estratégicos para comermos uma fruta, biscoito e para abastecermos nossos cantis de água. No início da tarde tivemos que colocar nossas capas para enfrentar a chuva.
Ao final do trajeto do primeiro dia enfrentamos uma subida relevante que foi vencida com bastante esforço.
Chegamos na Capelinha da Mãe Peregrina às 16h30m. Para nossa satisfação estavam em nosso grupo o Elio e o Dilmar que a construíram, além de Pedro que a idealizou e colaborou em todas as etapas de sua construção, além de ser o responsável por sua manutenção, juntamente com a esposa Vanderléia.
Caminhamos mais um pouco e chegamos na Acolhida Beija-Flôr, onde Vanderléia e Pedro (que já chegara) nos aguardavam com muita alegria.
Neste dia caminhamos 19,75 km, com 612 metros de ganho de elevação.
Vanderléia nos serviu um café. Fomos para o banho e o grupo se reuniu para conversar. Mais tarde Vanderléia serviu o jantar e nos recolhemos para descansar.
Segundo dia - 08/07/2025 - Segunda-Feira
Ituporanga, Rio Areias (Acolhida Beija-Flôr) até Vidal Ramos, Molungu (Acolhida das Marias)
Havia chovido durante a noite e ainda chovia pela manhã. Estava frio.
Fomos para o café da manhã e depois nos reunimos em frente a acolhida para a oração e a benção de Vanderléia antes de partirmos.
Já saímos agasalhados e com capa. sabíamos que o trajeto do dia seria longo, com previsão de 32 km.
Passamos na gruta da Igreja de Rio das Pacas e seguimos ainda sob chuva, mas já sem os agasalhos mais pesados pois aproveitamos a proteção da gruta para tirá-los. Caminhar com capa é muito ingrato porque apesar de nos proteger da chuva, acaba criando uma condensação por reter nosso suor gerado pelo esforço da caminhada. Pela primeira vez em uma caminhada eu estava experimentando caminhar com um guarda-chuvas porque para mim sempre foi um problema conciliar a chuva e os óculos.
Ao chegarmos no Morro da Usina, no sentido do caminho que íamos, enfrentaríamos sua descida íngreme. Descemos com cuidado maior por causa da chuva. Mais à frente nova subida antes de nos aproximarmos do centro de Vidal Ramos. A cerca de 2 km da cidade, tomamos um atalho que nos adiantaria 1,5 km. A decisão por essa opção se deu pelo fato de que o Prefeito havia combinado de se encontrar com o grupo na chegada e estávamos atrasados para o horário marcado.
Na cidade fomos ao Bar do Joel, filho de D. Úrsula da Acolhida Bom Sossego (havíamos nos hospedado lá em outubro de 2023). Pouco depois de nossa chegada o Prefeito veio nos cumprimentar e após um lanche no local seguimos para o Caminho.
Estávamos saindo da cidade, iniciando uma subida quando fomos surpreendidos com a chegada de Carmem e seu marido que vieram nos cumprimentar. Carmem reside em Vidal Ramos e percorreu conosco o caminho em abril de 2024 e fez questão de vir ter com o grupo e desejar um bom caminho.
Continuamos a árdua subida. Ela parte dos cerca de 330 metros da altitude de Vidal Ramos para cerca de 846 metros, num percurso de aproximadamente 5km.
Vencida a subida, inicia-se uma descida que nos leva a cerca de 490 metros de altitude e, por fim, à Acolhida das Marias.
Esta acolhida é administrada por Marizete e seu marido Jakson. Seu Tioga (Edenir) pai de Jakson mora ao lado da acolhida e também caminhou conosco em abril de 2024. Tão logo chegamos veio confraternizar conosco.
Todos os caminhantes sentiram o corpo reclamando do esforço do dia. Realmente foi extenuante
Marizete nos serviu um café da tarde muito delicioso e fomos nos acomodando e "rolou" um dominó.
Mais tarde jantamos e nos recolhemos porque o dia seguinte também seria difícil.
Neste dia caminhamos 30,5 km com ganho de elevação de 951 metros. Foi um trajeto extenuante, principalmente por causa da chuva e frio que tornam a atividade de caminhar mais difíceis.
Terceiro dia - 09/07/2025 - Terça-Feira
Vidal Ramos, Molungu (Acolhida das Marias) até Nova Trento, Poço Bonito (Acolhida Ninho do Periquito)
Havia chovido muito durante a noite, mas quando nos levantamos já não chovia mais. Porém, o céu estava carregado e havia expectativa de temporal ainda pela manhã.
Fizemos a oração da manhã e o grupo partiu. A Clarice e eu ficamos mais um pouco para ajustar algumas coisas e saímos cerca de meia hora depois.
Apesar das expectativas, a chuva acabou por não aparecer neste dia.
Em um determinado ponto do trajeto, enquanto ainda não havíamos chegado até o grupo, a Clarice e eu descíamos um morro e ouvimos um estrondo na encosta mais à nossa frente. Olhamos e vimos alguma movimentação nas árvores. Cerca de 200 metros à nossa frente havia ocorrido um desmoronamento de árvores para o leito da estrada. Passamos rapidamente e com cuidado porque poderia haver nova ocorrência por acomodação na encosta.
O percurso do dia era predominantemente de descida, mas nos caminhos sempre há as subidas.
A caminhada do dia foi recompensada com a ausência das chuvas e o aparecimento do sol, valorizando a paisagem.
Terminamos a caminhada no Comercial Meyer, na localidade de Aguti. Dali seguimos para a acolhida no veículo de Pedro. Se tivéssemos ido à pe até a acolhida seriam mais 2,6 km no dia.
Adriana nos aguardava com café uma cuca de uva e um bolo de côco, além de outras guloseimas.
Depois do banho ficamos sentados ao redor de uma grande mesa conversando enquanto parte do grupo jogava cacheta. Mais tarde jantamos e nos recolhemos.
Neste dia Rafael, marido de Adriana, que sempre nos recebe muito bem e nos presenteia com agradáveis conversas não estava ali por ter compromisso de trabalho.
Neste dia caminhamos 29,05 km e o ganho de elevação foi de 457 metros
Quarto dia - 10/07/2025 - Quarta-Feira
Nova Trento, Poço Bonito (Acolhida Ninho do Periquito) até Nova Trento, Lageadinho (Acolhida Águas Cristalinas)
Não tenho o hábito de tomar chimarrão. Ali na acolhida, com o frio intenso e o fogo ardendo no fogão a lenha, pareceu-me interessante experimentar do chimarrão para me aquecer. Pedro achou inusitada a situação e decidiu registrar o momento.
Terminado o café da manhã, fizemos uma oração em grupo, tiramos uma foto do grupo e saímos caminhando dali da pousada.
Nossa primeira parada se deu na Comercial Meyer, onde somos sempre bem recebidos pelas irmãs que são proprietárias da loja.
Seguimos caminhando num dia lindo de sol. Já esquecêramos os incômodos das chuvas dos primeiros dias.
Repetindo o que ocorrera nos dias anteriores, durante o percurso Pedro sempre nos aguardava em algum ponto com apoio de frutas, biscoitos, balas e água para enchermos nossos cantis. Tinha até um golinho de Schinaps de vez em quando.
A última parada do carro de apoio neste dia foi junto à Capela São Sebastião, de onde partimos para a Acolhida Águas Cristalinas. Lá soubemos que Cleber necessitara retornar para casa, mas por não querer deixar a peregrinação incompleta, decidiu fazer sozinho e naquele mesmo dia a última etapa e partiu rumo a Nova Trento.
O percurso do dia foi de 18,77 km, com 398 metros de ganho de elevação.
Fomos para nossas acomodações e depois do banho tomamos um bem servido café da tarde servido por D. Anastácia e ficamos na área de entretenimento da acolhida conversando. Depois, Seu Pedro convidou a mim e a Clarice para plantarmos uma pitangueira em frente a acolhida, à margem de um riacho que passa por ali. Essa iniciativa faz parte de uma decisão da organização do Caminho do Louvor de disponibilizar frutas ao longo do trajeto. Os demais integrantes do grupo também haviam plantado mudas.
Seu Miri, esposo de Anastácia, estava aguardando a vinda do Padre Pedro que traria algumas imagens de santos pertencentes à Capela São Sebastião que haviam sido retiradas para restauração. Quando o Padre chegou, convidou a mim e a Clarice para irmos junto na Capela. Lá ajudamos a carregar os santos e recoloca-los em seus lugares nos altares.
Retornamos à acolhida e o Padre Pedro também plantou uma árvore próxima a que havíamos plantado.
Mais tarde recebemos uma foto de Cleber comunicando que havia completado sua peregrinação tendo chegado ao Santuário de Santa Paulina.
Antes do jantar ainda jogamos duas rodadas de cacheta.
Quinto dia - 11/07/2025 - Quinta-Feira
Nova Trento, Lageadinho (Acolhida Águas Cristalinas) até Nova Trento, Centro (Pousada CEIC)
Pela manhã tomamos o café, fizemos a oração e D. Anastácio nos deu sua bênção.
Neste dia o percurso já se inicia com uma subida importante, porém com algum esforço foi vencida.
Os primeiros 14 quilômetros deste dia se dá em estradas de terra. Já próximo a região do Vígolo, inicia-se o calçamento e depois de mais 500 metros é preciso andar mais cerca de 2,3 km nas calçadas que são bem desconfortáveis por serem muito irregulares e estreitas.
Já no Santuário, fizemos nossa oração e fotos e depois fomos visitar a loja do Santuário e a Igreja antiga.
Saímos então caminhando por mais 6,5 km até a pousada no centro de Nova Trento.
A distância percorrida até o Santuário foi de 18,3 km. Depois seguimos para o centro de Nova Trento onde fica a Pousada Ceic onde pernoitaríamos, completando um total de 24,75 km no dia com ganho de elevação de 417 metros.
Jantamos em um bar próximo à pousada e fomos para a missa. Depois nos recolhemos para descansar.
Sexto dia - 12/07/2025 - Sexta-Feira
Nova Trento, Centro (Pousada CEIC) até São João Batista, Bethânia (Instituto Padre Léo)
Tomamos o café da manhã, fizemos nossa oração em grupo e partimos para a última etapa, o chamado Ramal Padre Léo, uma nova variante do Caminho do Louvor que vai de Nova Trento até o Instituto Padre Léo, localizado no bairro Bethânia, em São João Batista.
O trajeto se faz pela Estrada Ponta Fina Sul, uma estrada de terra, bem melhor que a outra opção que seria pelo acostamento da rodovia asfaltada.
Passamos em algumas capelas e seguimos rumo a São João Batista onde o Caminho nos leva primeiramente ao centro, junto à Igreja Matriz de São João Batista e Santa Luzia. Dali se segue para o bairro Bethania.
No Instituto Padre Léo fomos recepcionados no Memorial por um grupo de funcionários do Instituto sob a coordenação de Tiago. Tiago nos mostrou as dependências do Memorial e descreveu os itens do Acervo Padre Léo. Depois fomos almoçar no refeitório do Instituto.
Encerrado o almoço, nos despedimos e seguimos cada qual para suas residências.
Neste último dia, percorrendo o ramal Padre Léo, caminhamos 18,19 km, com ganho de elevação de apenas 188 metros.
Não há palavras que consigam expressar nossa gratidão a Seu Pedro Eing por sua dedicação e despojamento em organizar e viabilizar essa caminhada. Somos gratos também a todos aqueles que nos acolheram durante o trajeto. Dos amigos que dividiram as dificuldades e alegrias de vencer esse trajeto fica na memória os momentos vividos juntos, o companheirismo, as boas recordações e a vontade de caminharmos juntos novamente. Tão logo se encerra o Caminho, já começa a "coceira" para fazê-lo de novo.
