2011 - outubro, 02 e 03
Assim que terminamos a peregrinação no Caminho de Santiago de Compostela, ficamos alguns dias conhecendo a cidade de Santiago de Compostela e visitamos Muxia, Finisterre e Muros, na Espanha, conforme consta de nossa postagem anterior. Aproveitamos, então, nossa estada na Europa para conhecer algumas cidades, viajando como mochileiros. O primeiro destino foi a cidade do Porto, em Portugal, que relatamos aqui.
Partimos de Santiago de Compostela de trem às 16h30, fizemos paradas de conexão em Vigo-ES e Valença-PT, que fica às margens do Rio Miño, que faz a divisa entre Espanha e Portugal. Chegamos na Estação Porto Campanhã na cidade do Porto depois das 22h30. Buscamos informações sobre o metrô e seguimos até a Estação de São Bento, no centro da cidade.
Por não havermos efetuado reserva de hotel, começamos a visitar vários hotéis ali na região central e acabamos ficando apreensivos porque já passava das 23 horas, as ruas estavam desertas e nós caminhávamos com as mochilas nas costas. Fomos a vários hotéis. Em alguns não havia vagas e em outros achávamos que estavam aquém do esperado. Por fim, vencidos pelo cansaço, acabamos ficando em um hotel bem simples (Residencial Porto Rico) mas que nos passou segurança e ficava próximo da Praça da Liberdade.
Na manhã seguinte, após o café da manhã, saímos para caminhar e conhecer o centro da cidade. Passeamos pela Praça da Liberdade com seus prédios históricos, visitamos a Estação de São Bento, edificada onde fora um antigo convento e que conta, em seu hall, com imensos painéis de azulejos que representam cenas históricas de muita beleza artística e bem preservado.
Para visitar Vila Nova de Gaia, que fica na outra margem do rio, atravessamos à pé a Ponte Dom Luís I, imponente obra de engenharia em metal, inaugurada 1886.
Caminhando no cais de Gaia sentindo uma leve brisa, pudemos aproveitar da paz que aquele local transmite. Ali, sentados em frente ao rio pudemos observar a Ribeira na outra margem com suas construções antigas, algumas medievais, e deixar a imaginação fluir pensando no tanto de vidas que naquelas casas testemunharam a história sendo escrita. Seja sobre as descobertas de um novo mundo do outro lado do Atlântico, feitas por Colombo e Cabral, a chegada do domínio francês por Napoleão, o abandono pela família Real que fugira para o Brasil, as muitas colônias que lhes davam riquezas, ou mesmo as questões comezinhas, locais, do padeiro, do farmacêutico, do doutor, enfim.
No rio, ancorados, vários barcos rabelo - que lembram muito as gôndolas de Veneza - davam um toque especial à paisagem.
Fizemos uma visita na Vinícola Sandeman e fomos para os Jardins do Morro que ficam na cabeceira da ponte Dom Luiz I, numa região alta que oferece outra bela visão do rio.
Voltamos para o centro e continuamos nosso passeio pela Ribeira e entorno, visitando a Igreja Sé, o mercado e suas incríveis ruas. Fizemos contato com a família por telefone e almoçamos por ali, num restaurante que havíamos trazido recomendado do Brasil como o melhor para comer bacalhau, mas para nossa decepção, deu um atendimento sofrível e serviu um péssimo prato. Vimos, inclusive, pessoas de outras mesas reclamando.
Numa vitrine vimos expostas garrafas do "Licor de Merda" que na garrafa diz ser licor de leite, mas tem a tonalidade do uísque, em nada lembrando leite.
Pudemos ver ainda os tão comentados estudantes com suas vestimentas de toga, em grupos, aproveitando o tempo livre.
Na porta de um restaurante o cartaz oferecia num dos menus "prego em prato", que nada mais é que um prato feito com bife e ovo frito.
No dia seguinte fomos para a Estação de São Bento do metrô, onde tomamos o metrô para a Estação Porto Campanhã para irmos de trem para Lisboa. Decidimos ir cedo porque não queríamos repetir a experiência de chegar à noite para procurar hotel.
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