Viagem: Portugal - Lisboa



2011 - outubro, 04 a 07

Após termos percorrido à pé o Caminho de Santiago de Compostela (ver postagem). Iniciamos uma viagem como mochileiros, visitando inicialmente a cidade do Porto (ver postagem) e, continuando nossa viagem, novamente de trem, chegamos a Lisboa na tarde do dia 04 de outubro, uma terça-feira de muito sol.



Desembarcamos na estação Santa Apolônia às 15 horas. Pedimos informação sobre como chegar ao centro e seguindo a orientação tomamos o metrô para a estação Baixa-Chiado.



No centro, com a mochila nas costas começamos a percorrer as ruas próximas procurando algum hotel. Já estávamos na região da Praça Luiz de Camões e  percebemos que ali não seria uma boa opção. Abordamos uma turista que estava com um mapa na mão e ela nos recomendou procurar nos altos da Av. Liberdade, próximo a Praça Marques de Pombal porque elas estavam hospedadas por lá e havia muitos hotéis na região.


Seguimos caminhando, apesar de ser um pouco longe. Mas para peregrinos distância não é problema. Nessas horas a mochila mostra-se uma ótima opção porque se tivéssemos que arrastar malas, provavelmente não teríamos como ir à pé. Aproveitamos o trajeto para já nos inteirarmos da cidade e, bem próximo à praça do Marquês de Pombal, encontramos um hotel que atendia nossas expectativas.

Depois de nos alojarmos e tomarmos um merecido banho, descemos novamente a Av. Liberdade, agora sem mochilas e sem a preocupação de encontrar hotel. Assim, caminhávamos com vagar contemplando as vitrines, a arquitetura, a beleza da avenida e de seus arredores. Vivíamos Lisboa. Chegamos ao Rossio e passeamos um pouco por ali e jantamos. Depois de caminhar mais um pouco pela região, voltamos para o hotel onde nos debruçamos sobre os mapas para planejar o dia seguinte.

Iniciamos o dia cinco de outubro com um passeio de Citysightseeing - aqueles ônibus de dois pavimentos, sem cobertura, que passam pelos mais famosos pontos turísticos da cidade. Nossa opção era a de aproveitar o ônibus para ter uma ideia geral dos pontos de interesse, descer para visitar os mais distantes, deixando para ir à pé nas atrações mais próximas do centro onde estávamos hospedados.



No bairro Belém tivemos uma bela visão da Ponte 25 de abril, que liga Lisboa a Almada, atravessando o Rio Tejo. Ela é bem parecida com a ponte Hercílio Luz aqui de Florianópolis, porém, bem maior uma vez que tem 2,27 km de extensão, porém, quarenta anos mais nova, tendo sido concluída em 1966.


Visitamos o Museu da Marinha que está numa das alas do Mosteiro dos Jerónimos. Nele vimos embarcações de todos os tipos e muitas peças que remontam ao tempo do descobrimento do Brasil. Uma aula de história num acervo completo e importante para nós, brasileiros, sintonizados à Portugal desde o descobrimento.

O Mosteiro dos Jerónimos, obra do século XVI foi declarado "patrimônio cultural de toda a humanidade" pela UNESCO. Difícil não se encantar com os detalhes da construção. A majestosa Igreja de Santa Maria Belém, com altíssimo pé direito e delgadas colunas é de uma beleza indescritível, rica em detalhes. Caminhando pelo agradável claustro do mosteiro tínhamos acesso às diversas salas e uma linda visão do jardim central. Com rico acervo, estão ali, dentre outros, os túmulos dos reis D. Manuel I, D. João III e ainda os de Vasco da Gama, de Luís Vaz de Camões e de Fernando Pessoa.








Bem próximo dali, na margem do Rio Tejo, o Monumento aos Descobrimentos, em forma de uma caravela estilizada, é uma bela obra artística, que homenageia os destemidos navegadores portugueses. Em seu elemento central, uma vela de caravela, possui um elevador que dá acesso a um mirante que fica a 50 metros de altura e permite ao visitante uma visão panorâmica da região. No pátio onde está construído há uma rosa dos ventos com 50 metros de diâmetro que é vista com detalhes do alto do mirante.



Torre de Belém vista do mirante do Monumento aos Descobrimentos
Com inúmeros detalhes arquitetônicos de influências diversas a Torre de Belém, hoje, quinhentos anos depois de sua construção ainda é majestosa, projetando-se sobre o Rio Tejo. Uma fortificação interessante de ser visitada. Ao passar por suas salas e pátios é fácil imaginar a vida dos soldados que ali serviram a sua pátria contra as ameaças de invasão.




O famoso doce conhecido em todo o mundo como pastel de Belém, foi criado no mosteiro, pelos frades e sua secreta receita foi vendida depois para uma confeitaria no bairro, ali pertinho de onde estávamos. Então, fomos comer o famoso e exclusivo doce. Uma loucura a quantidade de pasteis de Belém que eles vendem. A fila do caixa para fazer o pedido se estendia para a rua onde ficamos ao sol, mas todo o esforço foi recompensado porque é realmente muito bom. Em Portugal, só essa confeitaria pode usar o nome "pastel de Belém", cuja receita só quatro pessoas a conhecem integralmente. Nas demais docerias de Portugal é feito um doce similar que recebe o nome de "pastel de nata". Se você for a uma doceria qualquer e pedir um pastel de Belém eles lhe dirão que não tem, que tem só o pastel de nata.



Retomando o Citysightseeing continuamos nossa visitação. No movimentar do ônibus observávamos a história daquela cidade. Os monumentos, o antigo e o novo misturado ao antigo numa clara demonstração de respeito pelo passado.





Na Praça do Comércio, encerrando o passeio da linha vermelha. Em Lisboa há três linhas: vermelha, verde e azul.

Passeamos calmamente pelas ruas, embevecidos com a beleza das edificações e a imponência do Arco da Rua Augusta, onde o vai-e-vem dos turistas e locais complementam a paisagem.

Ainda exploramos bem a Baixa e Rossio.














Almoçamos numa mesa externa do Restaurante João do Grão onde comemos um delicioso bacalhau acompanhado de vinho. Para sobremesa um delicioso picolé.



Percorremos a rota azul do Citysightseeing, cujo principal destino é o bairro Parque das Nações, surgido no local onde ocorreu a Expo 98. O bairro é recheado de obras importantes como o Oceanário, o Pavilhão Atlântico, a Torre e o Centro Comercial Vasco da Gama, o centro de eventos Feira Internacional de Lisboa, Museu da Tecnologia e outros. É o lado moderno de Lisboa.








No retorno ao centro descemos novamente na Baixa para percorrermos as ruas já sob efeito da iluminação do final da tarde. Lisboa anoitecendo. Linda.









De Lisboa ainda temos outras boas lembranças. a Sé, a Igreja de Santo Antônio [de Lisbôa], onde se encontra o túmulo do santo que ali nasceu, tomou fama mundial de se tornou nome de um acolhedor e belo bairro de nossa querida Florianópolis, o Jardim Botânico, o  Elevador de Santa Justa, o bondinho, enfim.










Nosso destino seguinte seria Toledo, na Espanha. Na busca de novas experiências, adquirimos uma passagem no trem-hotel que liga Lisboa a Madri. na tarde do dia sete tomamos o metro para a estação de trem e às 22h30m, embarcamos no comboio, numa cabine reservada e com poltronas que se transformavam em beliche. Dizer que dormimos muito, não podemos afirmar, afinal havia a trepidação do trem e nossa excitação pela nova experiência. Valeu a experiência. Marcamos mais um xis em nossa lista de desejos.









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